domingo, 4 de abril de 2010

O três

-E agora? cadê o chão que eu pisava?- me pergunto.

Depois do três não se vê mais o chão que se pisava antes de tudo. Rendendo tempo, rendendo textos, rendendo dores, rendendo-me. No três se tem tristeza; sensação de prisão... cadê o chão?
Mesmo sem achar terreno, eu não estou a flutuar. Tenho peso; peso o bastante pra afundar. Talvez o chão esteja acima de mim... Ah, que carência de mim mesmo!...

Depois do três isso parece imperecível. "Cadê a validade do amor? E, se não é pra dois, quem foi o tolo que o validou?" E abaixo do chão tem o sufoco. Silêncio.

Depois do três eu não sobrei. Faltei. Sinto minha falta. Quem hoje em dia mora em mim?
Eu. Ele. O três.

6 comentários:

jude disse...

quando se coloca em números, tudo pesa mais... um peso que não cabe a nós medir.

mas acho que o sentir, que é a parte que nos cabe, é pior.
o que se fazer com seres tão à flor da pele? tão à beira de.

eu queria só um dia pra mim.
só um dia só pra mim.

ESCORRE E LATEJA isso aqui.

Unknown disse...

Que peso...
Deixou-me um tanto claustrofobica...

Lilianne Mirian' disse...

- Angustiada.
Perdida
Alienada.
Pesada!
Uma infinidade de Sensações ao LER!
SILEÊNCIO!

:*

Priscila Martins disse...

Depois do três o que sobra é o novo! Sempre o novo... Desde que estejamos e nos façamos prontos pro 4, que também é par! ;-)

Dan. disse...

distância.
é o que eu quero do 4. hahaha!

:*, gente.

Júlia Costa disse...

" Ah, que carência de mim mesmo!... "

achei lindo,
essa afirmação angustiada.


TE AMO. :*