quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

novo mundo

Às vezes, parar pra pensar é a porta aberta pra angústia - doença da modernidade...
Pensava eu sobre os amigos e sobre os acessos. Sobre os caminho, as ida e as vindas. Concluo, então, que o mundo moderno cada vez mais engole os laços.
Perdoem-me os internautas assíduos, mas me alimento dos abraços. Os laços que crio são reais! e cabe a observação: sentimentos não cruzam cabos USB's.
Lembro da minha infância, lembra-te da tua? No porta-à-porta se fazia o dia-a-dia... Os amigos eram vizinhos, o convívio dispensava o mundo digital. Dominava o reino real dos laços fortes e dos abraços. Ah, os abraços...
Não se pode quantificar o quanto se transmite em um abraço. É maior que ler as descrições dos sentimentos. É maior que ver as imagens que cruzam cabos, mares, antenas e satélites! Dispensa todo esse arsenal tecnológico. É natural, necessário e REAL!
E para os transeuntes desse mundo tenho a saudade. Esta que tenta nos consumir, mas não se engane: nós a consumimos moderadamente rápido. Então temos a falta do que já não é mais essencial...

Aproxima do cômodo, distancia do essencial. É isso que nos faz o mundo digital.
E o novo mundo físico? Ah, esse nos empele ao mundo digital por ânsia social! Esse engole os laços e as pessoas dia após dia. Esse me faz sentir cada vez mais estático e faz dos sentimentos algo sempre mais volátil. Eu sou daqui, sou real, dê-me um abraço e entre para o meu mundo.

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de quem sente e não esquece. de que tem saudade dos transeuntes. de quem ama, cuida e abraça.