sexta-feira, 28 de agosto de 2009

do intervalo


É estranho não sentir o que tanto me faz poeta... Eu estranho não ter meta.
É andar em uma reta monótona e constante. Sem vista de finitude.
A falta de um fardo só me trás o peso da leveza. A quietude grita aos meus ouvidos. O frio é só o frio; as noites, as madrugadas, até mesmo as minhas vãs letras...sem sentido. Sem pesar!
Eu, navegande de sentimentos, não acho graça na plenitude e, tampouco, na quietude!
Gosto do que grita, do que arde, do descontrole. Gosto do sal da lágrima, do drama de um abraço, dos polos. Dos extremos!

A neutralidade acinzenta meus olhos sedentos de vida.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

da loucura


o ontem foi editado no sono.
o hoje só é vivido depois.

os atos são impensados
os amores, idealizados
os fatos, não recordados.

as cenas são montadas
as pessoas, pintadas
as vidas, não relatadas
as vozes, melhoradas
as mãos suadas!

o filme.
que passa, que corre, que não se acompanha.
o roteiro improvisado por realidades desperdiçadas.

os risos, as noites, as vidas, as palavras... irrealidades.
do pouco que sobra: as luas e os abraços!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

das sensações

É com as noites e com a chuva que te combino. Com o verde e o torpor do absinto.

Com a fúria de um corpo e a embriaguez do pensamento - sensações fugitivas de dias passados e acúmulos dos dias que virão.

Hipertensão. Domina minha mente; me falta ar! te falta aqui perto, mas sobra teu cheiro em todo lugar.

Mormaço. A agonia que me toma e que me invade - arde.

Por dentro do corpo. Por dentro da mente. Por dentro dos sopros uivantes do vento ouço tua voz - calafrio.

Arrepio. No que parece ser brisa, és tu. Que chega aos poucos com os muitos que em mim deságuam.

Desabam dos olhos as coisas não ditas. Nos teus braços não encontro espaço. Perco o chão e a idéia de razão. Ébrio das emoções pintadas pelas tuas mãos que não me acolhem.

Recolhe tuas coisas e vai.

Se nessa farsa eu te tenho pela metade, vai. Mas vai além do que o tempo marcou, porque minha pele tá cheia do teu cheiro e meu corpo cheio do teu pecado.

E eu, marcado, aqui fico.

Rejeitando meu peito que te acolheu.

Relembrando a nossa história não-vivida, porém latente.

Revivendo nosso tempo que nunca foi teu.

M.Danilo e JudeRoots
amantes das sensações!