domingo, 4 de abril de 2010

O três

-E agora? cadê o chão que eu pisava?- me pergunto.

Depois do três não se vê mais o chão que se pisava antes de tudo. Rendendo tempo, rendendo textos, rendendo dores, rendendo-me. No três se tem tristeza; sensação de prisão... cadê o chão?
Mesmo sem achar terreno, eu não estou a flutuar. Tenho peso; peso o bastante pra afundar. Talvez o chão esteja acima de mim... Ah, que carência de mim mesmo!...

Depois do três isso parece imperecível. "Cadê a validade do amor? E, se não é pra dois, quem foi o tolo que o validou?" E abaixo do chão tem o sufoco. Silêncio.

Depois do três eu não sobrei. Faltei. Sinto minha falta. Quem hoje em dia mora em mim?
Eu. Ele. O três.