sábado, 27 de outubro de 2007

Efígie.

Às vezes me pareces ainda tão vivo... Será a saudade a avivar-te? Ou será mesmo ainda vivo em mim o sentimento?

Irrequieto, percorrem-me a dúvida e o medo da dor de outrora. Não te posso amar mais intensamente que já. Te quero ao lado sem que te queira ter. Te quero em sorrisos, em lágrimas, em amizade. Ou, na verdade, assim te queira querer.

De fato estás em mim tal qual efígie nas moedas gregas. Irredutível bem-querer.

Marcus Danilo Moreira.

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Sabores de um bem-querer...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Da saudade.

Do abraço apertado que não deixava espaço pra dor, dos afagos, das palavras doces com sotaque chato e tom calmo, das preocupações fúteis, das celulites, do cheiro de chocolate, do “pequeno grande”.

Do que é “puro e verdadeiro”, do abraço suicida, da voz grave que me soava suave, do “pois é”, dos peitos coloridos, da lágrima involuntária, dos carinhos brutos, do “seu merda”.

Do troço raspado que pulsa, dos ruídos emitidos com o riso, das mijadas, do peito que não é mole, da cachaça no olho, das crises de riso, do olho que incha, do retardo mental.

Saudades...

E esse amor para além das montanhas andinas guardo para o dezembro que não se ergue no meu horizonte preto e branco.

Marcus Danilo Moreira

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É...tá difícil.
Minha impaciência mescla-se com pressa, avidez... muuuita saudade.
E o sol já não mais colore meu horizonte preto e branco...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Abóbora

-Ei! Primeiramente largue meus pulsos e crie coragem de me olhar nos olhos!


-Não te posso olhar nos olhos por medo. Medo das lágrimas. Das minhas e das tuas. Que, outrora, molharam nossos dias.

Dias chuvosos. Ao tatear teu caráter me perdi. Não tem saída sem dor. Não tem caminho sem culpa. Não tem ferida sem cura. Com uma xícara de café na mão, sento na varanda da minha casa projetada pra uma vida solitária, mas nada ordinária. Feliz. Sento ao vento. Transpiro por dentro. Cruzo minhas pernas de nuvens no banco laranja-infância. Penso suspenso.


Meus devaneios te buscam abruptamente. A mente clama. A boca chama. No peito a chama.

-Me chama pra cama? Me chama pra dança?


O laranja-infância exala um cheiro doce-amargo, branco da maturidade. Materno, martelo...um mar belo. A lua chega e me convida pra entrar.


-Sentes frio?


-Calafrio.

E o vapor quente dos nossos corpos descreve os sons do nosso amor. Então vago incessantemente no teu corpo, sentindo o gosto dos teus desejos carnais.



Marcus Danilo Moreira.
Júlia Costa.

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Exteriorizando. E nessa vai-se looonge!
Beijos a Júlia Costa.