segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Abóbora

-Ei! Primeiramente largue meus pulsos e crie coragem de me olhar nos olhos!


-Não te posso olhar nos olhos por medo. Medo das lágrimas. Das minhas e das tuas. Que, outrora, molharam nossos dias.

Dias chuvosos. Ao tatear teu caráter me perdi. Não tem saída sem dor. Não tem caminho sem culpa. Não tem ferida sem cura. Com uma xícara de café na mão, sento na varanda da minha casa projetada pra uma vida solitária, mas nada ordinária. Feliz. Sento ao vento. Transpiro por dentro. Cruzo minhas pernas de nuvens no banco laranja-infância. Penso suspenso.


Meus devaneios te buscam abruptamente. A mente clama. A boca chama. No peito a chama.

-Me chama pra cama? Me chama pra dança?


O laranja-infância exala um cheiro doce-amargo, branco da maturidade. Materno, martelo...um mar belo. A lua chega e me convida pra entrar.


-Sentes frio?


-Calafrio.

E o vapor quente dos nossos corpos descreve os sons do nosso amor. Então vago incessantemente no teu corpo, sentindo o gosto dos teus desejos carnais.



Marcus Danilo Moreira.
Júlia Costa.

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Exteriorizando. E nessa vai-se looonge!
Beijos a Júlia Costa.

Um comentário:

Anônimo disse...

que liiiiiiindo! \o/

quem sabe, faz.
né, pipoca danilinho?


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